16.05.17
A manhã passou voando e já estava atrasada para ir para o Hospital. Quem me conhece sabe que não gosto de me atrasar para nada, mas o que eu sentia era estranho... Agi de forma completamente diferente do que estou acostumada, parece que queria adiar, que besteira! Estava dando a hora de sair e eu não fazia idéia do que ia usar, nem pensei sobre isso. O dia estava quente e eu achei que precisava de uma blusa com botões na frente, não tenho uma blusa para usar nesse calor com botões na frente. Eu havia lido algo sobre isso na internet e só descobri que não precisava dessa blusa depois que o procedimento acabou... demorei, mas acabei indo com uma blusa jeans, que corri e passei na hora mesmo.
Chegamos no hospital e dessa vez não estavam tocando música clássica. Eu perguntei na recepção se só deveria subir para o procedimento e a recepcionista me disse que era isso mesmo que eu deveria fazer. Da outra vez que havia ido ao hospital eu tinha feito o meu registro com a identidade daqui, nome do médico, seguro e endereço. Na hora ganhei um cartão, com foto e tudo, estava registrada. Eu me registrei porque estou fazendo esses procedimentos, mas meu marido entrou sem registro e acredito que qualquer pessoa possa entrar no hospital sem se registrar mesmo.
Subimos, fiz o check-in no Route (ou rota) 180, esse número é o do escritório. Oncologia é o Route 177 e a Radiologia o 180, lá me encaminharam para a sala de espera 3. É uma sala pequena, não tinha ninguém esperando e na hora em que o exame estava marcado, me chamaram. Eu não estava tão atrasada como imaginei. Fui recebida por duas enfermeiras que me fizeram algumas perguntas (em inglês):
- Você comeu alguma coisa?
- Mas está com fome?
- Quais são os remédios que você toma?
- Você sabe como funciona esse procedimento? Vamos tentar te explicar.
Que fofas!!! Já adorei elas! Elas explicaram que eu ficaria sentada, sem me movimentar e que a anestesia seria local. Chamaram o médico, ele me explicou tudo de novo, disse que a agulha era grande, mas que eu não sentiria nada, saiu e disse que ia voltar. Elas me sentaram, colocaram uma almofada em baixo dos pés, tentaram me deixar na posição mais confortável possível e fizeram uma mamografia. Voltaram e fizeram outra.... isso tudo comigo lá sentada com o seio preso na máquina.
Esse vidro que fica em cima do seio tinha um buraco no meio, o procedimento seria feito por esse buraco... ahh taaa... então vou ter que ficar presa aqui mesmo. Não senti muita dor, mas fiquei incomoda, alguém me tira daqui? Eu respirava fundo e tentava relaxar. Esse é o jeito, esse pessoal faz isso várias vezes durante o dia, vai dar tudo certo. A enfermeira se aproximou e disse: "não se mova, vamos chamar o médico", marcou o seio com uma caneta, e fez dois riscos (ele deve cortar ali, imaginei). Ele veio, foi ditando tudo que fazia e conversando comigo. Me perguntou a quanto tempo estava aqui, se estava gostando, de onde era no Brasil... e ele não é o primeiro que não conhece Belo Horizonte ou Minas Gerais.
O exame durou aproximadamente 40 minutos. Parece que as primeiras 6 amostras retiradas não foram suficientes ou não continham o material suficiente para o exame, então tiraram mais. Dei graças a Deus quando acabou, soltaram meu seio e podia movimentar o pescoço. Esse tempo todo meu cabelo estava preso em coque, só com ele mesmo e eu tive medo dele soltar na cara do médico. A enfermeira fez um curativo, explicando que não precisava retirar essas etiquetas (3M), elas sumiriam. Não posso molhar o local por 24hrs e nem fazer força por 3 ou 4 dias.
O médico voltou e disse mais ou menos isso: "Agora é esperar o resultado e ficar tranquila, porque seja lá o que for, já está ai e vai ser tratado. Deixei uma peça ai dentro para gente achar o nódulo mais fácil, nada que vá te atrapalhar a passar em uma porta giratória quando for passear no Brasil."
Que fofo!!
Eu (de novo) só agradeci a Deus por tudo, por estar tratando isso aqui e recebo de braços abertos seja lá o que isso for. Confio muito na justiça e misericórdia de Deus. Sou espírita, acredito que tudo não passa de aprendizado. A gente não pode ter medo de nada, tem que ter fé de que no final tudo vai dar certo. Temos uma visão muito limitada da vida infinita do nosso espírito, do que já vivemos em vidas passadas e do que ainda vamos viver. Mais limitada ainda nossa noção de morte, alguém aí sabe que dia vai morrer? Que dia vai ficar doente? Que dia vai sofrer um acidente? Claro que não. Mais importante do que essa preocupação é procurar viver bem, no bem, com fé, no amor e na caridade.