Eindhoven, a ficha caiu

17.03.2017
Por mais que eu tivesse lido, visto fotos, videos e feito pesquisas longas na internet sobre minha nova cidade, nada disso podia me preparar para o fato de ter mudado de continente. Finalmente o desejo virou realidade e agora é conhecer a cidade, a ficha caiu.



O hotel onde ficamos é próximo ao centro da cidade e lá encontramos algumas marcas, lojas e restaurantes conhecidos como C&A, Adidas, Zara, MC Donald's, Subway. Apesar de estar quase tudo escrito em Dutch, a maioria dos lugares tem atendentes que falam inglês, então conseguimos nos virar, a maioria dos restaurantes tem MENU em inglês também. Foi possível fazer compras de roupas que suportem não só o frio, mas principalmente o vento. O vento é o que dificulta mais, mas com roupa (adequada), sapato, cachecol.... dá  tudo certo. Pegamos alguns dias de chuva também, quando a maioria não usa sombrinha e não se importa em andar de BIKE. Eles fazem TUDO de BIKE, a cidade é bem plana, tem estacionamento para elas em todos os lugares e a ciclovia é perigosa para quem se distrai facilmente. Claro que já quase fui atropelada, mas o cara gritou e consegui sair a tempo da frente dele. Eu vou comprar uma BIKE quando voltar do Brasil (estarei lá para a formatura da minha irmã em Abril). Já me falaram para comprar de segunda mão, baratinha, se for muito cara e parar na rua, corre o risco de roubarem. Ando bem aqui, sozinha. Os homens não mexem com a gente na rua, acredito eu. Mesmo porque ainda não sei Dutch e se alguém mexeu... talvez eu não tenha entendido. Mas não senti medo ainda, hora nenhuma.

Não fizemos só passeios nos primeiros dias, eu pesquisava apartamentos para alugar no site da Rotsvast, uma imobiliária indicada pelo empregador. As locações são muito rápidas e os apartamentos rapidamente saiam do site, fiz várias visitas antes de escolher o lugar onde moramos hoje.

Logo que chegamos, precisávamos:

- Dar um check in na prefeitura e dizer que chegamos
- Contratar um Seguro (parte médica é assunto para outro post)
- Se registrar com um médico de família
- Abrir uma conta bancária
- Conseguir uma residência e depois registrar ela e nossas certidões na prefeitura.

Para fazer qualquer coisa na prefeitura, precisamos marcar horário e levar os documentos dos dois. No banco, não tínhamos horário agendado, mas conseguimos atendimento com alguns minutos de espera. A agência do banco quase merece um Post, ela é linda, gigante, tem um cantinho bem decorado e cheio de distrações para crianças, café, chá... etc... tudo a vontade. Fora um sofá bem confortável... abrimos a conta facilmente com Passaporte e o Contrato com o empregador. Por motivos de segurança, iriamos receber três correspondências em dias diferentes contendo: Cartão, PIN e um código de 12 dígitos. Como estávamos sem residencia ainda, essas postagens foram enviadas para o trabalho do meu marido, onde ninguém conhecia ele... foram devolvidas para o entregador, enviados de volta para o banco e cancelados por eles.

Alugar o apartamento não foi difícil, mas não foi fácil achar um mobiliado e bem localizado que eu gostasse. Mas, diferente do aluguel no Brasil, um funcionário da imobiliária me levava de carro para conhecer os imóveis. A imobiliária não trabalha com fiadores, você precisa pagar o aluguel adiantado+um caução no mesmo valor. Esse caução pode ser retirado ao fim dos 12 meses de contrato.  Só depois que conseguimos o apartamento, fui até a agência cadastrar o endereço e pedir reemissão de tudo, recebemos o cartão e PIN em casa. O Código de 12 dígitos não apareceu, então tive que ir pessoalmente ao banco para ativar meu cartão. Na terceira semana, já estávamos quase sem EUROS, o cartão demorou, mas chegou na hora certa. Seria possível fazer um saque em qualquer caixa eletrônico da nossa conta do Brasil, mas isso seria muito caro, usaria apenas em caso de urgência.

Voltamos na prefeitura para cadastrar nosso endereço e certidões (apostiladas e traduzidas). A prefeitura também é linda, o atendimento é rápido e claro, todos falando inglês com a gente. Dias depois recebemos algumas cartas de boas vindas e um cartão para abrir uma espécie de caixa (até então misteriosa) que fica na porta da garagem do prédio, nela coloco uma sacola de lixo por vez. Esse lixo vai para algum lugar debaixo do asfalto, ninguém vê, ninguém sente o mal cheiro dele ou do caminhão.

Aqui quero fazer um parênteses importante, para traduzir a maioria das coisas, documentos, produtos, qualquer coisa, eu uso o Google Tradutor, com ele você consegue até tirar fotos para a tradução, ele não é perfeito, mas já ajuda bastante.

Pedi um carro grande para fazer nossa mudança (custou 25EUR). Comprei vários produtos de limpeza para deixar tudo do jeito que gosto. Guardei várias coisas que estavam no apartamento e não gostei, não vamos usar. Logo após a mudança, recebemos uma carta que dizia que o visto estava pronto. Fomos até o IND (Immigration and Naturalisation Service) pegar O documento, que é como uma identidade e que nos dá 5 anos para viver aqui. De burocracia, parece que é só isso, pelo menos até o vencimento desse documento.